no alto: Tio Gilson, Dete (tia), Sessé (minha mãe) e Tio Ivan
abaixo: eu, Zene, Voinha (Alice) e Tia Dinalva
A saudade aperta o peito. Falta um pouco de ar. Respitro pela boca para ganhar força; os olhos enchem de lágrimas e transbordam.
Minha tia Zene partiu hoje. Ficou a saudade e as lembranças...
lembranças de destaque de quase todos os meus aniversários, perto de um bolo caprichosamente bem feito, delicioso e recoberto em camadas de glacê que somente ela sabia fazer;
lembranças de cada 1° de abril que fazia questão de me ligar para passar um trote por mais simples que fosse;
lembranças da casa da minha avó, que sempre foi como uma segunda casa para mim;
lembrança de bons momentos, de boas risadas, de gestos, de mimos, de carinho. Boas recordações que guardarei para sempre.
Cada religião trata com distinção a relação entre a vida e a morte, assim também como cada qual descreve à sua maneira, para onde vamos quando nosso corpo não consegue mais manter nossa essência: a vida.
Tenho uma maneira particular de pensar no céu; prefiro acreditar que o céu é diferente para cada pessoa, diferente de tudo o que voce ja ouviu ou leu; uma versão do céu especialmente sua e feita para você.
Assim sendo... amanhã e nas próximas vezes que olhar para o alto, não verei apenas o azul e as nuvens brancas... verei o céu de minha tia, o mundo criado em seus bolos, onde as núvens serão de glacê coloridos, as casas terão telhados de Waffers, as cercas serão feitas de Deditos com destalhes em jujuba, a grama será bem verde, feita de açúcar cristal, os caminhos recobertos de piso feito de bolacha e os rios de espelho, onde haverá flores e pombas de fécula.
Será um céu muito mais alegre e muito mais doce.
Descanse em paz.