domingo, 3 de maio de 2009

Vagas e o tempo



Li um posto num blog sobre o jeitinho brasileiro de querer levar vantagem em tudo e acabei por escrever o post abaixo

Outro dia eu, de tão certinho, me atrapalhei. Fui ao shopping com meu pai e minha mãe e como sempre, difícil encontrar vagas; nisso um dos auxiliares do estacionamento indicou uma das 5 vagas especiais para idosos; eu fiz o gesto que não. E ele insistiu, e eu fiz novamente que não e já pensava em passar por cima do cara de raiva e sem noção dele, quando meu pai olhou para mim e perguntou:
- Por que você não coloca ali?

Como meu pai não mora aqui em Salvador e não está acostumado a essas vagas reservadas pensei que ele não estava entendendo que as vagas eram reservadas e fui explicar:

- ...?!.... - Olhei para ele e antes mesmo de soltar uma palavra, me dei conta que ele e minha mãe já estavam aposentados e se enquadram na classificação para usar a vaga, apesar que pela aparência não se diz.

Pela minha súbita parada na explicação, meu pai entendeu que eu tinha me passado e falou com bom humor:
- A idade avançada finalmente serve para alguma coisa. :)

Realmente, às vezes eu perco noção do tempo. Outro dia (na verdade, uns 2 ou 3 anos atrás) encontrei com uma colega de colégio, da 5 série, e fiquei espantado; ela estava bastante diferente: bem mais alta, encorpada, a aparência de menina escondida pelas responsabilidades, ou seja, uma mulher formada. Só depois é que me dei conta que ela tinha a mesma idade que eu, e, na época, estávamos beirando os 30.