segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Maria Luiza e a leitura.

Maria Luiza está cada vez mais danada e espirituosa.

Sempre estimulamos a leitura comprando livros desde pequenininha. Sempre gostou de folhear os livros vendo as figuras e pedindo para nós contando as histórias. 

Aos 6 anos está no grupo 5 e desenvolvendo a leitura. Ainda com pouco de dificuldade normal da idade mas lendo razoavelmente bem. 

No início do ano, tanto eu quanto a mãe nós liamos tudo das atividades da escola; ela interpretava as histórias, desenvolvia as respostas e nós escrevíamos pra ela, ou colocávamos numa lousa/quadro que temos para depois ela passar pra a atividade. Aos poucos fomos fazendo pequenas mudanças; liamos e pedia que ela lêsse com uma ou outra palavra mais fácil. Com o tempo, invertemos; ela lê muito mais e nós ajudamos nas palavras mais difíceis fazendo apenas às devidas correções. Nas histórias ela lê como conseguir e depois lemos novamente para ela não perder o entendimento.

Na noite anterior da história dessa semana, uma sexta-feira, leu comigo bem animada 3 livros infantis de uma coleção que ela ganhou tempos atrás. Quando foi no sábado, na hora de fazer a atividade da escola, ficou com preguiça de ler, emburrada.

Ficamos um bom tempo no duelo; ela dizendo que eu que tinha que ler e eu dizendo que era uma atividade e ela é quem deveria ler. Reforcei que quando era atividade para os pais lerem, que vinha a indicação na própria atividade ou na agenda da escola. Depois de alguns minutos no embate ainda, levantei para beber água e ela ficou choramingando ainda.

Quando estava na cozinha, percebi o choro parar subitamente e vi de relance que ela pegou a agenda e estava escrevendo algo. Fingi que não vi, demorei um pouco mais na cozinha prevendo que haveria alguma arte. Quando voltei ela me mostrou a agenda dizendo que eu não havia visto direito e não tinha lido o recado da pró.

Veja só:

"para o atutu le a cirad"

Traduzindo:"Para adulto ler a ciranda"

🤣🤣🤣🤣Ela me entregou e ficou com cara de quem fez traquinagem, me observando para ver se eu falava algo. E eu me controlando para não rir fiquei indagando a ela sobre a letra diferente da pró, sobre a pró ter escrito adulto de forma errada... Ela sempre com uma resposta pronta para endossar, que a pró havia esquecido uma letra; tinha usado uma letra maior... sempre com uma cara traquina, esperando o momento que fosse descoberta.

Entrei na brincadeira e fiz uma chamada de vídeo para avó, minha mãe, que conhecendo a neta endossou as dúvidas... Maria sustentando. Quando apontamos a suspeita dela ter escrito, que estava mentindo, passou a rir e esconder o nariz *.

* Sobre o nariz, desde pequena eu contava a história de Pinocchio e que o nariz crescia quando mentia. Ela desconfiava que era mentira desde bem novinha; ia para frente do espelho me mostrar que o nariz não crescia. Para não perder a história inventei que apenas os adultos viam o nariz crescendo; depois dessa explicação passou a cobrir o nariz toda vez que ela inventava uma história; até hoje quando quer pregar uma peça em alguém cobre o nariz.

Mais alguns minutos de risadas e várias cosquinhas que fiz até ela confessar a traquinagem, acabou que chegarmos a um acordo: ela lendo uma página e eu lendo a outra.